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Ser gentil contribui para a saúde mental, o bem-estar e a felicidade

Por Daniela Galhardo


Nos últimos meses presenciei algumas experiências que me motivaram a escrever esse texto sobre o tema gentileza. Compartilho aqui duas delas.


Na primeira, eu estava no aeroporto em São Paulo com meu marido, para uma viagem a trabalho. Ao entrar na fila para despachar a mala, observamos uma jovem mãe chegar com seu bebê de colo e um carrinho cheio de malas. Ela estava chorando, muito nervosa - tinha perdido seu voo, pois foi direcionada para o aeroporto errado. A jovem pediu orientação para um funcionário da cia aérea, que informou a fila que a mesma deveria ir.


Ela estava bem aflita, sem saber o que fazer, e com dificuldade de carregar o bebê e todas as malas sozinha. Vendo a situação, eu pedi algumas vezes para o funcionário chamar alguém para ajudá-la, mas não fui atendida. Então, meu marido foi auxiliar a moça, ajudando carregar a bagagem e encontrar alguém que pudesse resolver o problema dela.


Na segunda situação, eu estava no banheiro de um cinema e uma adolescente me chamou pedindo ajuda. O zíper do seu short tinha estourado, e ela não tinha como sair dali. Tentei consertar o short, sem sucesso. Nesse momento, chamei uma funcionária do cinema. Tive que praticamente implorar para que ela pudesse amparar a adolescente. Depois de muita insistência, a ajuda foi dada.


Olhando para essas duas experiências, eu poderia escolher falar sobre o treinamento dos(as) colaboradores(as) para o atendimento ao cliente em situações como essa. Poderia também escolher falar sobre empatia: e se fosse você nessa situação?


Mas escolhi falar sobre a Gentileza. O quanto você tem sido gentil com as pessoas ao seu redor?


Tem uma frase bem famosa que diz: “Gentileza gera gentileza”. Ela foi popularizada na década de 80, inscrita em 56 pilastras no Rio de Janeiro, por um homem chamado José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza.


E hoje a ciência comprova que ser gentil, além de beneficiar o outro, contribui para a saúde mental, para o bem-estar e para a felicidade de quem pratica.


A pesquisadora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da California, conduziu um experimento onde pediu aos participantes que fizessem 05 atos de gentileza em um dia da semana, durante um determinado tempo. O resultado foi um aumento significativo de seus níveis de bem-estar e felicidade.


Em seu livro "Florescer", Martin E.P. Seligman, considerado o pai da psicologia positiva, afirma que um ato simples e inusitado de gentileza tem o poder de modificar seu humor. 


Em outro estudo, a pesquisadora e cientista Meena Andiappan, da Universidade de Toronto no Canadá, comparou pessoas que optaram por tratar a saúde mental com atitudes de autocuidado (por exemplo, gastar dinheiro e tempo consigo mesmas), e os indivíduos que praticaram atos de gentileza frequentemente. A autora cita diversas práticas, desde abrir a porta para alguém até doar bens para caridade. Em ambos os casos, eram praticadas ações simples e de baixo custo.


Para aqueles que se dedicaram a praticar atos de bondade fora da sua rotina normal, foi visto uma melhoria significativa no bem-estar e na saúde mental. Se observou, ainda, uma queda nos níveis de depressão e ansiedade nesses indivíduos.


Mas, se a gentileza faz tão bem, por que sentimos que ela falta no dia a dia? A resposta talvez seja que ela acaba sendo engolida pela correria do cotidiano. Ficamos tão focados(as) nas nossas atividades e nos nossos problemas, que não nos damos conta das pessoas e não prestamos atenção ao que a acontece ao nosso redor.


Como diz a letra da música da Marisa Monte: “Nós que passamos apressados pelas ruas da cidade, merecemos ler as letras e as palavras de gentileza.”


Então lanço aqui um convite: que tal praticar pelo menos 01 gesto de gentileza por dia? Coisas simples como sorrir para um desconhecido, segurar a porta do elevador para um vizinho, carregar a sacola de um idoso ou ajudá-lo a atravessar a rua, elogiar um amigo, oferecer seu lugar no transporte público, dar passagem para alguém no trânsito, doar coisas para caridade, entre outros.


Fazendo isso, no mínimo você contribui para sua própria saúde mental, bem-estar e felicidade. Topa o desafio?

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